É nestes tempos de Outono, a caminho da longa noite do Inverno que me recordo dos dias luminosos, daqueles largos fins de tarde, quentes, esperançosos de que o Verão não mais acabe. É bom o calor.
A passagem do tempo deixa sempre a sua marca, por muito ingrato e resistente que seja o piso que nos sustenta. E a confiança ou a sua ausência também nos desgasta.
«E pensar que estraguei anos da minha vida, que desejei morrer, que dediquei o meu maior amor a uma mulher que não me agradava, que não era o meu tipo», Marcel Proust, Um amor de Swann, Em Busca do Tempo Perdido.
Começa hoje uma nova aventura nesta forma de comunicação. Sem a preocupação de preencher todos os dias do ano, procura-se contar os dias que tiverem algo para contar ou que importa assinalar no calendário. Deixar um registo ténue.